Não estaremos, certamente, equivocados ao afirmar que a sociedade angolana espera muito desta Universidade, sobretudo da sua responsabilidade social que inclui o impulso no desenvolvimento humano, sustentável e inclusivo, por via de uma formação multidisciplinar e integral que estimula atitudes éticas, humanas e cristãs que impregnem o ser e o agir das novas gerações comprometidas com o bem, o belo, o certo e o justo que não fragmenta nem vilipendia, mas une, engrandece e dignifica qualquer um (…).

(…) Parece-nos que esta palavra “desafio” no plural é a mais acertada para o que nos espera à frente desta instituição, com inúmeras exigências tanto no plano interno, quanto no externo, numa altura em que o crescimento numérico das universidades no País reforça o sentido da concorrência que constitui uma oportunidade para a nossa afirmação, como uma instituição que se distingue pelo rigor, pela qualidade, pelos seus valores e missão. Mas expõe-nos, simultaneamente, ao risco potencial de perdermos estudantes e professores que, por razões diversas, podem vir a preferir essas outras universidades, se não estivermos à altura das exigências que esta concorrência nos impõe. De facto, se, em 1999, éramos a única Universidade privada de Angola, hoje a realidade é cada vez mais desafiante, facto que se agudiza por termos sido, durante alguns anos, a Universidade de Angola mais bem posicionada nos rankings das cem melhores universidades africanas e, no ano transacto, deixamos de constar entre as cem melhores.

Precisamos, pois, de nos reposicionar como Universidade Católica que sempre primou pela qualidade, excelência e distinção, por via de uma aposta clara na investigação científica e na formação multidisciplinar e multidimensional, tendo em vista uma formação integral que, nos termos do Papa Paulo VI, visa transformar o homem todo e todos os homens. Para isso, impõe-se a adopção de novas estratégias, novas atitudes e novas acções para, juntos e unidos, enfrentarmos esta concorrência, trabalhando no sentido de a UCAN continuar a ser atraente para aqueles que estão dentro e para aqueles que estão fora dela.

E, para isso, pensamos ser fundamental que, no plano interno, assumamos, entre outros, os seguintes desafios:

Identificar parceiros e elaborar estratégias que nos permitam diversificar as nossas fontes de receitas; Definir e eleger, pelo menos, duas linhas de investigação que sejam, institucionalmente, assumidas como marca da UCAN e para as quais nos devemos mobilizar no intuito de lhes assegurar um financiamento seguro e estável; Criar novos espaços físicos para aumentar a oferta formativa tanto na graduação, quanto na pós-graduação; Melhorar as condições de trabalho e criar um ambiente institucional mais acolhedor; Criar um sector de acompanhamento e controlo da gestão e da qualidade; Apostar num Instituto de línguas, em especial do inglês e do francês como vias para a internacionalização da UCAN, quer na componente de mobilidade académica, quer em acordos de cooperação com a criação de projectos conjuntos; quer, mesmo para atrair estudantes e professores estrangeiros para a nossa Universidade; Traduzir toda a produção científica relevante da UCAN para a língua inglesa, criando um gabinete próprio. O plano externo também faz parte das nossas prioridades e por esta razão, prevemos:

Avaliar e revitalizar os acordos de cooperação existentes com instituições internacionais em todos âmbitos; Selecionar e eleger para cooperação preferencial, algumas universidades e instituições estrangeiras, em âmbitos devidamente especificados.

Estamos, deveras convencidos, de que com a materialização desses pressupostos por intermédio do inestimável contributo de cada um e de todos, conseguiremos, certamente, elevar mais alto o nome da nossa UCAN.